O carpo é composto de 8 pequenos ossos e o escafóide é um deles. Todavia o escafóide é o osso mais comumente fraturado, correspondendo a 2/3 de todas as fraturas. Sua incidência está mais associada a pacientes do sexo masculino, jovens com trauma no punho com a mão espalmada.
O escafóide possui um formato que se assemelha a um feijão e 80% da sua superfície é coberta por cartilagem, inserção ligamentar e a sua vascularização peculiar. Devido a essa irrigação sanguínea diferente, as fraturas que acometem o escafóide estão mais propensas a não-consolidar o que acarreta uma série de consequências para a mecânica do punho.
Nesse sentido, as fraturas do escafóide precisam ser muito bem tratadas, tendo em vista que mesmo nas situações ideais podemos nos deparar com uma não-consolidação.
Para um osso consolidar (colar) precisamos obter dois fatores primordiais para o processo de cicatrização: estabilidade e biologia.
A estabilidade é obtida pela falta de movimento no foco da fratura.
A biologia ocorre pela chegada de células para produzir osso e realizar a consolidação.
Uma alteração nesses fatores pode levar ao retardo e a não-consolidação de uma fratura. Sendo assim, as fraturas do escafóide precisam ser muito bem diagnosticadas e tratadas.
Sinais e sintomas
O paciente com um trauma no punho que tiver uma fratura do escafóide, geralmente apresentará:
- Dor na região do punho (mais especificamente na região da tabaqueira anatômica)
- Edema (inchaço na região)
- Dificuldade para movimentar a mão e o polegar
A fratura do escafóide por vezes é uma fratura silenciosa, não causando grandes limitações ou deformidades, o que torna a suspeição diagnóstica uma arma fundamental na mão do cirurgião de mão
Diagnóstico
A radiografia de punho é o primeiro exame de imagem a ser realizado, contudo em algumas situações a fratura pode passar desapercebida, sendo necessário um outro exame de imagem como uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética
Tratamento
O tratamento da fratura de escafóide pode ser tanto conservador como cirúrgico na maioria dos casos, contudo alguns fatores devem ser levados em conta.
- A localização da fratura (fraturas do polo proximal tendem a evoluir com pior prognóstico)
- A presença ou não de desvio da fratura (fraturas desviadas tendem a evoluir com pior prognóstico)
- A presença de lesões associadas (lesões ligamentares associadas tendem a indicar tratamento cirúrgico)
- O perfil de atividade do paciente (o tratamento conservador, quando possível, costuma necessitar de meses de imobilização gessada o que é algo desconfortável para muitas pessoas)
Tratamento conservador
É realizado com a realização de uma imobilização gessada tipo luva por um período de 8 a 12 semanas dependendo da fratura
Tratamento cirúrgico
Pode ser realizado por muitas vezes por via percutânea com a passagem de um parafuso que comprime os dois fragmentos ósseos, facilitando assim a consolidação da fratura
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