Anatomia
Os metacarpos são os ossos localizadas entre os pequenos ossos do carpo e as falanges (dedos). Eles são cinco por mão sendo denominado de primeiro ao quinto de acordo com o dedo que ele está ligado sendo o primeiro metacarpo aquele do polegar e o quinto do dedo mínimo.
Eles são importantes para a mão pois eles provem um arco, tanto transverso como longitudinal cujo objetivo é otimização do movimento de preensão.
Figura 2: Fratura do Boxer
Quem está mais acometido?
As fraturas dos metacarpos podem ocorrer em todas as idades, porém os indivíduos mais propensos são os jovens, principalmente homens entre os 15 e 30 anos.
Qual é o mecanismo da lesão?
As fraturas do metacarpianos podem ocorrer desde traumas simples como uma queda da própria altura até traumas de maior intensidade como acidentes motociclísticos. O mecanismo de lesão vai determinar qual metacarpo está mais propenso a fraturar, como por exemplo:
– Um soco (trauma axial sobre uma sobre a cabeça dos metacarpos) está mais propenso a fraturas do colo do quinto metacarpo, sendo a lesão mais comum – a fratura do boxer (Figura 2).
– Um trauma direto sobre o dorso da mão pode provocar fraturas na região diafisária dos metacarpos (Figura 3)
– Um trauma no qual o polegar é esticado e sofre uma carga axial, pode levar a uma fratura-luxação de Bennett (Figura 4)
Figura 3 – Fratura do 3 e 4 metacarpiano diafisária
Figura 4 – Fratura de Bennett
Clínica e exame físico
O Paciente com uma fratura de metacarpo geralmente apresenta com dor, dificuldade de movimentação dos dedos, hematoma, edema (inchaço) e deformidade na mão. Além disso, o paciente pode apresentar um desvio dos dedos o que corresponde a um desvio rotacional da fratura (Figura 5).
Figura 5: Mesmo paciente da figura 3 – Repare que, clinicamente, a fratura produziu um desvio rotacional acentuado do dedo médio e mais discreto no dedo anelar.
NOTA: A dor é um item subjetivo e não é incomum pessoas com boa tolerância a dor apresentarem uma fratura, por vezes grave, com poucos sintomas, fato que o faz demorar a procurar atendimento médico.
Diagnóstico
A suspeição da fratura é feita por uma história e exame físico, porém são necessários exames de imagem, inicialmente radiografias para a confirmação da fratura. Em alguns casos, o seu cirurgião de mão pode solicitar uma tomografia computadorizada ou mesmo uma ressonância magnética, porém na maioria dos casos a radiografia é o único exame necessário para o diagnóstico e conduta.
Tratamento
As fraturas dos metacarpos podem ser tratadas tanto de maneira conservadora, somente com imobilizações, como por tratamento cirúrgico. O que vai determinar um ou outro?
– Fraturas instáveis, ou seja, com tendência ao desvio dentro da imobilização é uma indicação de tratamento cirúrgico
– Fraturas desviadas nas quais o desvio ira causar alguma impotência funcional no futuro, sejam elas: desvios rotacionais, desvios angulares importantes ou mesmo encurtamentos são indicativos de tratamento cirúrgico
– Lesões abertas – as fraturas expostas – elas são de tratamento cirúrgico Dentre outros
Para isso, seu cirurgião de mão vai orienta-lo sobre a indicação de tratamento conservador ou cirúrgico caso a caso.
Dentre as modalidades de tratamentos conservador, temos a imobilização com aparelhos gessado, talas gessadas e órteses sob medida (figura 6). O tratamento com as órteses costuma variar de 5 a 8 semanas geralmente.
Caso o seu cirurgião de mão opte por um tratamento cirúrgico, técnicas cirúrgicas variam conforme o osso fraturado, a fratura, a preferência do cirurgião e do paciente, podendo ser de redução da fratura sem precisar abrir a redução aberta e colocação de parafusos e/ou placas.
Eis abaixo alguns exemplos:
Tratamento com fios de Kirshnner para uma fratura de Bennett.
Tratamento com placa e parafusos para uma fratura diafisária em cunha espiral do terceiro e quarto metacarpo
Uma fratura obliqua do quinto metacarpo associada a fratura espiral do quarto metacarpo com a utilização de placa no quarto metacarpo e somente parafusos no quinto metacarpo.
Tratamento cirúrgico com fios de Kirshnner utilizando a técnica de Foucher para uma fratura do tipo Boxer
Tendão da mão: Como descobrir se você o lesionou
Sintomas e estratégias de diagnóstico para identificar lesões no tendão da mão. A dor na mão pode significar lesão no tendão da mão e nervos. Isso se
Lesões Traumáticas de Nervos Periféricos: quando e como operar?
O médico ortopedista deve realizar uma avaliação completa e cuidadosa das lesões de nervos periféricos traumáticas (LTP), visto que diversos fatores influenciam a decisão de quando e
Dor crônica pós-lesão, o que fazer?
Em meio às complexidades médicas, a dor crônica pós–lesão emerge como um desafio persistente, impactando profundamente a qualidade de vida. Como médico, minha abordagem vai