A tenossinovite estenosante dos flexores, popularmente conhecida como dedo em gatilho, é uma condição associada à dificuldade de flexão ou travamento do movimento dos dedos por conta da dor no trajeto dos tendões flexores.
Ou seja, é uma doença em que ocorre aumento do atrito entre duas estruturas na mão: o tendão e a polia.
O nome dedo em gatilho vem do fato de que o paciente que possui essa condição, ao realizar a flexão do dedo ou polegar, apresenta uma posição semelhante ao disparo de um gatinho, e por isso a popularização da expressão.
A condição é classificada em quatro graus:
Grau I (pré-gatilho): dor e edema, porém sem bloqueio;
Grau II (ativo): bloqueio presente, ainda que o paciente ainda consiga estender o dedo ativamente;
Grau III (passivo): bloqueio presente e, diferentemente do Grau II, o paciente não consegue estender o dedo ativamente, sendo necessário o auxílio da outra mão ou incapacidade de flexionar ativamente;
Grau IV (contratura): contratura fixa do dedo.
A condição, que frequentemente acomete os polegares, dedos médios e anulares, além de poder comprometer mais de um dedo, pode acometer ambas as mãos.
Causas do Dedo em Gatilho
O dedo em gatilho, apesar de ser considerada uma doença idiopática (sem origem conhecida), pode ser causada por diversos motivos, sendo que o principal relaciona-se a sobrecarga do tendão por seu uso excessivo, seja por força, frequência ou repetição de movimentos, ao, por exemplo, usarmos o celular.
Além de ser mais comum nas mulheres, sobretudo entre 50 e 60 anos, a condição ocorre com mais frequência em pacientes diabéticos, portadores de nefropatias, hipotireoidismo e outras endocrinopatias.
Sintomas
O sintoma mais comum do dedo em gatilho é o desconforto na base dos dedos, na palma e/ou no polegar. Com a palpação, é possível sentir um nódulo na mão.
O dedo acometido, por sua vez, pode apresentar um edema, perceptível pelo aumento de volume no dedo, associado à limitação aos movimentos e dor no trajeto dos tendões flexores.
Geralmente, os sintomas do dedo em gatilho são frequentemente perceptíveis pela manhã, no horário em que o paciente acorda, tendo em vista o longo período de inatividade manual durante a noite.
Diagnóstico
O diagnóstico desta condição é essencialmente clínico, não necessitando de exames e meios auxiliares de diagnóstico, ainda que em alguns casos sejam solicitados exames como ultrassonografia ou ressonância magnética para o descarte da suspeita de outras patologias.
Tratamento
O tratamento para o dedo em gatilho pode variar de acordo com a intensidade, gravidade e duração dos sintomas.
Em casos leves, pode ser recomendado repouso para evitar atividades manuais que exijam esforço e movimentos repetitivos, uso de órtese extensora para manter o dedo em posição de extensão, realização de exercícios leves para manter a mobilidade e para melhorar o edema, além do uso de gelo no local.
Em casos graves, em que ocorre travamento constante e limitação da movimentação dos dedos, pode ser recomendado o uso de anti-inflamatórios sob recomendação médica.
Além disso, o uso de medicamentos esteróides, seja por via oral ou injetado para alívio da dor e da inflamação, ou até mesmo intervenção cirúrgica para casos crônicos que não corresponderem ao tratamento não cirúrgico, também podem ser recomendados.
Consulte sempre um especialista em mãos de sua confiança para um diagnóstico e tratamentos precisos para o seu caso. Valorize as suas mãos!